sábado, 4 de maio de 2013

Legião do Trovão


Uma Legião de Soldados Romanos ■ Armênia – ano 320


O governador romano colocou–se diante de quarenta soldados da chamada "Legião do Trovão" e disse:
– Ordeno que sacrifiquem aos deuses de Roma ou perderão sua patente. Esses quarenta soldados criam firmemente no Senhor Jesus e sabiam
que de forma alguma poderiam sacrificar aos ídolos, mesmo diante das ameaças do governador.
Cândido respondeu por todos, dizendo:
– Nada nos é mais especial ou maravilhoso do que Cristo, nosso Deus. Primeiramente, o governador tentou suborná–los, oferecendo–lhes dinheiro e honras no Império, mas depois passou a ameaçá–los, dizendo que sofreriam várias torturas e tormentos. Cândido respondeu:
–  O senhor nos oferece dinheiro que perece e glória que desaparece. Tenta nos fazer amigos do imperador, mas nos afasta do verdadeiro rei. Só queremos um presente: a coroa da justiça. Estamos ansiosos pela gló­ria, mas a glória do céu. O senhor ameaça nos torturar e considera nossa devoção um crime, mas verá que não desanimaremos. Não nos apegaremos a esta vida, nem ficaremos apavorados, mesmo diante da morte. Por amor ao nosso Deus, estamos dispostos a enfrentar qualquer tipo de tortura.
O governador ficou furioso. Sua raiva era ainda maior, porque aquela legião havia alcançado o respeito do imperador Antônio quando ele e seus soldados foram encurralados, sem água, nas montanhas da Germânia ao en­frentar os reis bárbaros daquela região.
Sem condições de sair dali e já enfraquecidos pela falta de água, aquela legião pediu ao imperador Aurélio Antônio permissão para orar pedindo a Jesus que enviasse chuva. Mesmo odiando os cristãos, o imperador consentiu.
Assim que acabaram de orar, veio uma tempestade muito forte. O exército romano matou sua sede e estocou água, o que permitiu que reco­brassem as forças e vencessem o exército bárbaro.
Assim, aqueles quarenta soldados conquistaram o respeito de Antô­nio e foram apelidados de "Legião do Trovão". Por ter ciúmes da reputa­ção que conseguiram perante o imperador e por não quererem sacrificar aos deuses de Roma, o governador decidiu que morreriam de maneira bem lenta e dolorosa.
As outras legiões receberam ordens de arrancar as roupas e a armadura de todos os soldados cristãos da Legião do Trovão e colocá–los nus num lago congelado. Então o governador colocou outros soldados ao redor do lago para impedi–los de sair e ficou assistindo enquanto a noite caía, piorando ainda mais as condições de sobrevivência dos cristãos.
Todavia, os quarenta soldados estimulavam–se mutuamente como se es­tivessem indo para a batalha.
– Quantos de nossos companheiros de armas caíram mortos nos campos por sua fidelidade a um rei terreno? Será possível que falharemos em sacri­ficar a vida ao Rei verdadeiro? Que ninguém desista, ó guerreiros, que nenhum de nós fuja desta luta contra o diabo.
Eles passaram a noite suportando a dor e se alegrando na esperança de rapidamente se encontrarem com o Senhor. Para aumentar a tortura de­les, o governador mandou trazer bacias com água quente, que foram co­locadas ao redor do lago, a fim de diminuir a resolução dos soldados.
O governador disse:
– Vocês podem sair e vir tomar um banho quente, assim que estiverem dispostos a negar sua fé. ]
Por fim, um dos quarenta esmoreceu, saiu do gelo e tomou um banho quente.
Um dos soldados na margem do lago viu que um dos cristãos havia desistido, então, tirou sua armadura e tomou o lugar do desertor entrando no lago congelado, surpreendendo a todos com a rapidez de sua conver­são. Enquanto entrava na água, declarou:
–  Também sou cristão, sou soldado de Cristo.
Em algumas horas, todos já estavam bem aquecidos, nos braços de Jesus. O soldado desertor, depois de tomar seu banho quente, também foi executado.

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